quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ENERGIA E A PRÁTICA DE YOGA


Existe  muito misticismo ao redor dos conceitos sobre os chakras e o prana. No livro “Pranayamas” de Swami Kuvalayananda é abordado que não existe nos textos originais, definição de prana como energia vital ou energia sutil. Terminologia essa  aplicada nos tempos atuais por diversos segmentos.

Segundo Kuvayalananda, nos textos originais a definição de prana aparece como respiração. Mas é inteiramente compreensível o fato desta terminologia, pois o ar faz parte de um fluxo vital, no qual com a falta dele não podemos sobreviver. E quando nascemos, os pulmões recebem a primeira carga de ar. Energeticamente falando, a partir daí inicia-se uma corrente alternada de energia com polaridades negativa e positiva (inspiração = polaridade positiva e expiração =  polaridade negativa).

A visão dos orientais é que as polaridades + e – estão presentes nos opostos e que é necessário existir o equilíbrio entre as polaridades. Os chineses utilizam a terminologia yin e yang para quente/frio, alto/baixo, noite/dia, claro/escuro, sol/lua, enfim, um completa o outro.

Estudos científicos comprovaram que as descargas das duas narinas (Nadis representam as narinas) produzem potenciais elétricos diferentes. Por isso acredita-se que a inalação pela narina direita gera calor no corpo, e que a inalação pela narina esquerda esfria. Por esse motivo o Nadi direito - Pingala -, é denominado Surya-Nadi  (Surya=Sol/calor) e o Nadi esquerdo - Ida - é chamado Chandra-Nadi  (Chandra = Lua/frio).

De acordo com a literatura yóguica, existem em torno de 72.000 nadis no corpo, mas que somente três são de maior relevância. De acordo com o grau de importância são denominados SUSHUMA, IDA e PINGALA. Sushuma é considerado o canal medular, Ida está relacionado a polaridade positiva da narina direita e Pingala está relacionada a polaridade negativa da narina esquerda. Quando o ar é inalado, energeticamente esses canais de energia polarizados percorrem ao redor da coluna de forma a se entrelaçarem.  Nesse percurso atingem desde o topo da medula espinhal até o seu outro extremo, localizado numa zona próxima aos órgãos sexuais (região perianal).

Neste entrelaçamento dos Nadis ao longo da coluna, os pontos onde eles se cruzam (se encontram) são chamados de Chakras. Os chakras são considerados centros psicofísicos transformadores e acumuladores de energia e prana.


Se esses centros estiverem bloqueados, obstrui também o fluxo da energia e prana no decorrer dos Nadis.
Existem figuras ilustrativas que mostram duas serpentes entrelaçadas no decorrer da coluna. Segundo a filosofia Yogue, no pólo positivo reside o Deus Vichnu (o espírito) e no polo negativo é a sede de Kundalini (serpente enrolada na última vértebra), símbolo que representa a personificação da deusa da natureza.

O brilho de Vichnu atrai Kundalini, a qual enrolada como uma serpente na última vértebra, aguarda o momento em que poderá subir, através do canal da espinha, para unir-se ao seu amo Vishnu.
Fisiologicamente falando: entre o polo + no crânio e o polo – na última vértebra, há uma corrente elétrica de curtíssimo comprimento de onda. Quando o polo – se liberta, sua localização na última vértebra se eleva, podendo alcançar o polo + e unir-se com ele.



Este estado representa a mais alta expressão da consciência e a mais perfeita realização de felicidade, iluminação e perfeição, estado chamado de Samadhi.

Nas práticas de yoga, a respiração passa de inconsciente para consciente. Passa a ser uma prática consciente de controlar o prana através da concentração e técnicas de respiração.

BENEFÍCIOS DAS TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO DA YOGA

- Coloca todo o sistema respiratório em ação (células e músculos envolvidos);

- Expansão da cavidade torácica até o volume normal, natural, e o rendimento dos pulmões pode também ser aumentado pela energética atividade dos músculos intercostais;

- O diafragma funciona com regularidade e propicia um efeito biológico surpreendentemente benéfico pelas suaves massagens que ministra os órgãos abdominais;

- Mantém equilíbrio entre as correntes + e – que animam o corpo;

- O diafragma, durante respiração iogue, executa pressão sobre o fígado, o estômago e os órgãos digestivos, e essa pressão, como resultado do ritmo da respiração pulmonar, transforma-se em delicada massagem que favorece o funcionamento natural dos órgãos internos. Resultado: cada respiração tem efeito sobre os órgãos abdominais, estimulando a circulação do sangue nesses órgãos,  aumentando o metabolismo e as trocas gasosas do pulmão e coração. A benéfica massagem interna não se verifica quando se respira apenas com as partes superior e média do tronco.

- Ajudam a limpar os canais de energia para que o prana possa entrar no canal central da coluna;

- Maior domínio da mente;

- Amplia a percepção da consciência e autoconhecimento.

A próxima matéria trará informações sobre cada Chakra.


Maria Pontes
Terapeuta corporal do Espaço Relicário


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